Ema Bessar Viana é grande amigo. Semioticista e Linguista dotado de talento singular, admiro-o sobretudo pela profundidade com que discute conteúdos relacionados às disciplinas correspondentes. Ouvi-lo é sempre oportunidade para aprender. Seus textos são claramente marcados pela lida com o estrato linguístico, evidenciando uma espécie de formalismo a serviço da estética (ou vice-versa). Como bom semioticista que é, busca com equilibrado apuro linguístico o "Parecer do Sentido". No que tange aos seus poemas, é inequívoca a influência de João Cabral de Melo Neto.
Seu blog: http://www.oserdosentido.blogspot.com/
A palavra rediviva (Ema Bessar Viana)
Quando zumbem e silvam e ciciam
Na substância amorfa dos ruídos
As palavras-som sulcam seus sentidos
Em sentidos outros que silenciam.
Do curso melódico e circular
As palavras-som à cadeia assomam
Como forma de sonidos que a cromam
Quando o fluxo-tempo se faz cortar.
Mas se a extensão da folha de papel
Torna-se o novo campo de batalha
E delas o sônico efeito falha,
Eis que sem converter-se em ouropel
E dando provas de desembaraço
As palavras-som exploram o espaço.
Quando zumbem e silvam e ciciam
Na substância amorfa dos ruídos
As palavras-som sulcam seus sentidos
Em sentidos outros que silenciam.
Do curso melódico e circular
As palavras-som à cadeia assomam
Como forma de sonidos que a cromam
Quando o fluxo-tempo se faz cortar.
Mas se a extensão da folha de papel
Torna-se o novo campo de batalha
E delas o sônico efeito falha,
Eis que sem converter-se em ouropel
E dando provas de desembaraço
As palavras-som exploram o espaço.
Seu Ricardo, o Seu Amigo escreve muito bem. Adentrando o formalismo, a cada passo vejo-o em ultrapassagem dos limites permitindo a colisão com os sentidos. Muito bom! Parabenize-o! Grande escritor!
ResponderExcluirAbração