sábado, 18 de setembro de 2010

Justificativa e retorno

Ando alheio ao blog. Nas últimas semanas, a vida acadêmica tem suplantado a vida de Blogueiro. Prometo retomar a regularidade das postagens no início de outubro, assim que honrar os prazos estipulados para a conclusão de uma série de atividades na Universidade.

Contudo, não esqueço o blog: escrevo um artigo (de Semiótica Discursiva) que examina as imagens do corpo, construídas em anúncios classificados de serviço de sexo pelas operações enunciativas de debragem e embreagem. Ontem à noite, me deparo (olha uma embreagem aí) com os trechos abaixo em um livro de Válery sobre Jorge Degas (o pintor-escultor das bailarinas, cavalos, etc.), que muito se relacionam com o que estou escrevendo no artigo:

" As coisas nos olham. O mundo visível é um excitante perpétuo: tudo desperta ou alimenta o instinto de se apropriar da figura ou do modelado da coisa que o olhar constrói".

" 'O modo de ver' do qual falava Degas deve portanto ser entendido de forma ampla e incluir: o modo de ser, poder, saber, querer...".

"Em todos os gêneros, o homem verdadeiramente bom é aquele que mais sente que nada nos é dado, que é preciso tudo construir, tudo comprar; e que treme quando não sente a existência de obstáculos; que os cria... Nele, a forma é uma decisão motivada". (Paul Valéry. In Degas Dança Desenho, Cosac & Naify).

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