domingo, 18 de julho de 2010

Baudrillard em dois tempos


Dos pensadores franceses que já tive oportunidade de ler, Jean Baudrillard é aquele que considero o mais assistemático e generalista na exposição de suas ideias, mas nem por isso o menos instigante. Baudrillard é conhecido sobretudo pelas obras O sistema dos objetos e simulacros e simulações, onde expõe a originalidade e a complexidade de suas "teorias". Muitos o criticam pela sua principal característica, a liberdade de pensamento, alegando falta de rigor acadêmico. De fato, ele não gostava de ser rotulado de filósofo ou sociólogo e preferia ousar na abordagem de temas como a fragilidade do conceito de realidade, ciberespaço, tecnologia e a relação sociedade/consumo. Confesso que atualmente discordo de muitas de suas opiniões. Apesar de todas as restrições, merece ser lido. Dedicou-se intensamente à fotografia (vide foto ao lado). Faleceu em 2007.

"Saber desobedecer às leis e às regras morais, saber desobedecer aos outros é sinal de liberdade. Mas saber se desobedecer a si mesmo é o estágio último da liberdade. A obediência à sua vontade própria é um vício ainda pior do que a submissão às suas próprias paixões".
"O instante, essa linha divisória, é uma linha de destino: passado e futuro aí se separam para nunca mais se reencontrar. A existência, aliás, não é mais do que essa divergência sempre cada vez maior entre o passado e o futuro, até que a morte os reúna em um presente absoluto".
(Jean Baudrillard, A troca impossível, Ed. Nova Fronteira).

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