
Darcy conhecia bem o Brasil: suas origens, seu povo e sua política. Embora seja mais conhecido como o autor de O povo brasileiro, obra-referência nos estudos de Antropologia e Sociologia, demonstrou em outros escritos que também conhecia bem a língua do Brasil. Selecionei dois trechos dessa escrita dorida, sofrida, sem sossego, como a alma brasileira que ele tanto amava e conhecia.
"Eu, pobre de mim, estive tão ocupado em planos e fazimentos, com a vida me jogando daqui pr'ali, desatento de mim mesmo, que até do amor vivi, senão absente, quase sempre meio ausente. E o tempo a me acabar, inclemente. Agora me espanto de ver aquele menino antigo, aquele rapaz tímido, aquele homem feito, posto na idade provecta, respeitável. Só agora, tão tardiamente, sinto a dor dos buracos em mim, em que vivi ausente, desamado, enquanto o tempo me comia os idos. Inapelavelmente"(Testemunho, 1990, p. 25).
Não tenho nada,
Absolutamente nada, a dizer.
Poesia de palavra,
Já não me fala.
Est'outra sim.
Essa aqui sim.
Muda crispada
Dentro de mim.
(Eros e tanatos, 1997, p.151)
Que tão belas palavras, não? Preciso conhecer as falas deste menino!
ResponderExcluirBelo Post !
Valeu, Ricardo!
Abração fortão
Doutor e mestre Ricardo! Os de Parque del Sol lhe saúdam! Darcy foi extra-ordinário (fora do comum).Do comum pouca gente se lembra... Particularmente, não concordava eu com todo o pensamento dele; mas jamais lhe neguei minha admiração!Perdeu o Brasil um brasileiro; viúvas ficaram algumas (muitas!?) mulheres... Abraços. www.templarium.blogspot.com
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