quinta-feira, 16 de abril de 2009

Alberto Caeiro em Pessoa

Não Basta

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

2 comentários:

  1. Adoro esse poema, desde adolescente (há muito tempo...).

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  2. pura e siomplesmente adoro...

    realmente Pessoa é um genio e n o louco de k tanto o apelidam...

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