
Ser, parecer
Entre o desejo de ser
e o receio de parecer
o tormento da hora cindida
Na desordem do sangue
a aventura de sermos nós
restitui-nos ao ser
que fazemos de conta que somos
Nocturnamente
Nocturnamente te construo
para que sejas palavra do meu corpo
Peito que em mim respira
olhar em que me despojo
na rouquidão da tua carne
me inicio
me anuncio
e me denuncio
Sabes agora para o que venho
e por isso me desconheces
Pequeninura do morto e do vivo
O morto
abre a terra: encontra um ventre
O vivo
abre a terra: descobre um seio
Entre o desejo de ser
e o receio de parecer
o tormento da hora cindida
Na desordem do sangue
a aventura de sermos nós
restitui-nos ao ser
que fazemos de conta que somos
Nocturnamente
Nocturnamente te construo
para que sejas palavra do meu corpo
Peito que em mim respira
olhar em que me despojo
na rouquidão da tua carne
me inicio
me anuncio
e me denuncio
Sabes agora para o que venho
e por isso me desconheces
Pequeninura do morto e do vivo
O morto
abre a terra: encontra um ventre
O vivo
abre a terra: descobre um seio
Surpresa que Mia Couto faz poemas... e parece superior com eles! Bjuk
ResponderExcluirFiz a cadeira de literatura africana a tanto tempo, que havia me esquecido do encanto que é Mia Couto.
ResponderExcluirHj, tenho que agradecer por vc ter me proporcionado esse prazeroso reencontro.
bj.
eu acho isso uma besteira esses tais poemas africanos o meu nome é NATALIA ESCOBAR
ResponderExcluirNatália, confesso que conheço pouco a poesia africana. Postei estas do Mia Couto pela surpresa que me causaram, já que o conheço e o aprecio como contista, não como poeta. De qualquer modo, um olhar sensato dirá que não são tão ruins assim. agradeço seu comentário. volte sempre Abraços.
ResponderExcluir