
Pouco se sabe sobre esse escritor russo (cujo nome polonês é impronunciável), descoberto depois da Perestroika, quando já era praticamente impossível saber mais detalhes sobre sua biografia. Fotografia, por exemplo, nenhuma. Seu único livro conhecido - O marcador de páginas - é composto de seis novelas escritas durante a década de 1920. São seis narrativas originais, calcadas num realismo fantástico construído de maneira fascinante, que bem poderiam ter saído das páginas de Jorge Luis Borges, se não fosse o detalhe de Krzyzanowski ter vivido na URSS durante os anos 20-40, época em que o sucesso de um escritor estava condicionado à valorização da grandeza do operário e do trabalho humano, como queria o comunismo russo.
Temos por conseguinte textos sui generis que, de certa maneira, dessacralizam o conto russo. Há, por exemplo, um sujeito que ganha um produto que, ao ser colocado nas paredes de seu diminuto quarto, faz este aumentar assustadoramente de tamanho; um cidadão que vai a um sarau e encontra lá a personagem de seu romance, cantando uma mulher; um homem que, ao aproximar-se para beijar sua amada, vê em sua pupila um homenzinho (sua cópia) , encorajando-o a entrar na pupila. Há também o camarada que vivia tentando conseguir morder o próprio cotovelo.
Enfim, um jorro de criatividade, com a "estética mestra" que somente aos russos parece ser concedida. Vale a citação abaixo, retirada de "dentro da pupila", uma das narrativas do livro:
"Nos seres humanos o amor é tímido e de olhos semicerrados: mergulha no crepúsculo, esgueira-se pelos cantos escuros, sussura, esconde-se atrás das cortinas e ... apaga a luz!".
Enfim, um jorro de criatividade, com a "estética mestra" que somente aos russos parece ser concedida. Vale a citação abaixo, retirada de "dentro da pupila", uma das narrativas do livro:
"Nos seres humanos o amor é tímido e de olhos semicerrados: mergulha no crepúsculo, esgueira-se pelos cantos escuros, sussura, esconde-se atrás das cortinas e ... apaga a luz!".
Confesso que não consegui pronunciar o nome do autor, mas a citação de uma das narrativas é inesquecível. Hoje já não se fala mais de amor assim...será que ele ficou no passado, assim como os GRANDES ESCRITORES???ohhh meu Deus, onde estás que não respondes? rsrs
ResponderExcluirAh, adorei a referência à Exposição das rosas, que é uma obra maravilhosa, realmente!
ResponderExcluirbeijos, amigo
Tércia
Este livro é fantástico mesmo. O conto que dá nome ao livro é excelente, talvez o melhor de todos.
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