sábado, 6 de novembro de 2010

Albert Camus (parte II): O mito de Sísifo




Em 1942, o Escritor Albert Camus escreveu um ensaio filosófico intitulado "O mito de Sísifo", em que apresenta sua filosofia do absurdo, por meio de temas como a morte e o suicídio. Para ele, essa filosofia se resume ao homem fútil em busca de sentido, unidade e clareza no rosto de um mundo ininteligível, desprovido de Deus e eternidade. Vejamos um trecho:


"Posso negar tudo dessa parte de mim que vive de nostalgias incertas, salvo esse desejo de unidade, esse apetite de resolver, essa exigência de clareza e de coesão. Posso refutar tudo nesse mundo que me rodeia, me choca e me arrebata, excepto este caos, este acaso-rei e esta equivalência divina que nasce da anarquia. Não sei se este mundo tem um sentido que o ultrapassa. Mas sei que não conheço tal sentido e que de momento me é impossível conhecê-lo. Que significa para mim um significado fora da minha condição? Só posso compreender em termos humanos. O que toco, o que me resiste, eis o que compreendo. E ainda sei que não posso conciliar essas duas certezas, o meu apetite de absoluto e de unidade e a irredutibilidade deste mundo a um princípio racional e razoável. Que outra verdade posso reconhecer sem mentir, sem fazer intervir uma esperança que não tenho e nada siginifica nos limites da minha condição?" (Albert Camus – O Mito de Sísifo. Ensaio sobre o absurdo)

3 comentários:

  1. Seu post me lembrou um texto que escrevi, há uns 5 anos, que se chama Vida de Sísifo e pode ser lido nesta página: http://reverberar.blogger.com.br/2005_06_01_archive.html

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  2. Reflexões antigas e, parece, sempre atuais desde o começo do século XX.. Eu mesmo reflito bastante isso aí: o absoluto, temos necessidade dele? Abraços ;)

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  3. Engraçado!As postagens desse blog sempre me levam a refletir sobre coisas que eventualmente não me permito. Continue...
    Frquentemente

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