quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A você, Lívia...

Não me deixes só diante de ti,
não me entregues à noite nua,
à lua aguda das encruzilhadas,
a ser apenas estes lábios que te bebem.

Quero ir a ti vindo de ti mesma
com esse movimento que fustiga teu corpo,
estende-o sob o vento como um velame preto.

Quero chegar a ti vindo de ti mesma,
olhando-te de teus olhos,
beijando-te com essa boca que me beija.

Não pode ser que sejamos dois,
não pode ser que sejamos dois.

Cortázar


O amor é sempre esse devir: sermos um e sermos dois, completamente!

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